segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Prelúdio de minha MORTE anunciada, mas, sobrevivi.

Por: Fernando Blank
Ao sentar no meu sofá com o notebook no colo são exatamente 12h25min, de um domingo nublado, 2 de novembro, dia de todos os mortos. Hoje minha esposa, mãe, filho irmãs, sobrinhas, e cunhado, poderiam estar em algum cemitério da cidade chorando minha morte. (detalhe a morte me espreitara até antes de eu nascer).
Que quase acontecerá no dia das bruxas às 9h30min da manhã do dia 31 de outubro. Sei que este site é de exclusivamente de noticias do esporte de MS.
Mas hoje peço licença para um desabafo, para falar de um dia histórico, épico em minha vida, e peço desculpas também por não usar o linguajar formal que o jornalismo pede, aqui usarei o lirismo e as minhas emoções para descrever a guerra dentro do meu cérebro.
Você amigo internauta, leitor, imagine um Fernando, do hemisfério esquerdo do cérebro lutando para me manter vivo e outro Fernando do lado direito do cérebro querendo minha morte.
Antes de continuar tenho que dizer que sou epilético desde os 14 anos, quer dizer há 28 anos, e minha última convulsão aconteceu aproximadamente a 10 anos atrás.
Bem, eu e minha esposa, acordamos como de rotina as 06h da manhã, enquanto ela se preparava para sair para o trabalho, eu que passei a noite em claro fiz o café da manhã e sentei com meu notebook para trabalhar e ouvir meu amigo Julho Marcos, o Brejinho e o Olho Vivo.
Minha esposa Bianca sentada ao meu lado ouvíamos as brincadeiras do Brejinho e do Olho vivo na Rádio Cultura, nos dois riamos, depois ouvi o jornalismo da Cultura com meus amigos Artur Mário, Marcelo Nunes e o Marrom.
Minha esposa, me deu um beijo ao sair para o trabalho, e continuei a trabalhar até às 8h 30min, porque eu tinha uma consulta médica as 10h30min. Sai para ir ao consultório médico nervoso e ansioso para os resultados dos exames, que neles poderiam contar que eu poderia ter um câncer.
Fui esperar o ônibus ouvindo MPB, blues, entrei no ônibus e cheguei ao terminal Coronel Antonino corri para pegar o 080, e fui a caminho do consultório na Av Mato Grosso quase esquina da Pedro Celestino, e eu na ida tirando selfs e mandando para Bianca minhas esposa.
Quando eu saltei do ônibus as nove e vinte ou vinte e cinco não sei ao certo de repente começou a minha crise epilética de todos estes 28 anos.
Ao caminhar começou o coração há bater mais rápido, eu suando fiquei tonto e ao chegar no ponto de táxi esquina com a Pre João Crippa veio o mais terrível premonitório (percepção) que ai eu teria uma convulsão e seria terrível, acho que até morreria ali se eu a tivesse, caro leitor pare um pouco e imagine a cena: de repente o braço esquerdo adormece fortemente, com que fez eu tirar minha prótese dentária rapidamente ao mesmo tempo que minha perna esquerda se encolhesse e levantará do chão fazendo com que; “e eu caísse com o joelho direito no chão e meu braço direito com a prótese na mão me escorasse no banco do ponto de táxi.
Eu ali de joelhos com a cabeça abaixada como se estivesse pronto a ser decapitado, mas veio uma voz não sei de onde sussurrando em meu ouvido dizendo; “Ei Fernando não desista cara vai você consegue e respira fundo vai, oxigena o cérebro levanta rapaz vai to aqui”. E assim fiz o que esta voz mandará fazer.
Levantei atordoado segui em frente, parei na faixa de pedestre na Pre. João Crippa sinal aberto para que eu pudesse cruzá-la. Meus amigos atravessar esta rua parecia uma eternidade, porque quando uma pessoas tem crise epilética tudo parece estar em câmera lenta.
Passei o Libera Limes, onde faço meu último semestre de História, e ao pensar o posto de gasolina veio outro premonitório, vi um homem de vermelho vindo em minha direção, não sei porque pedi ajuda, ali dento outra crise pensei em desistir e jogar no chão, mas, de novo veio aquela Voz “Ei Fernando que isso cara segue em frente você consegue cara to aqui”.
Mas, consegui seguir em frente, mas nesta altura eu já estava perdido em plena Av Mato Grosso, não sabia onde se localizava o consultório, ai veio o terceiro premonitório, eu parei na farmácia São Bento me escorei na parede e liguei para a Bianca e eu disse; “Amor tive três avisos de convulsão vem pra cá logo”.
Tive que ali parado buscar o nome da minha médica no Google para saber o número do prédio, consegui, me arrastei para o consultório, ai Bianca chegou, me acalmou um pouco, a médica me chamou e falou que meus exames estavam todos ótimos e que o nódulo era benigno.

Fomos pra casa e em casa a crise começou a piorar, ao levantar para ir ao banheiro tive o quarto premonitório quase cai e quase desisti de lutar, mas ai veio aquele voz: “Ei Fernando não desista se controla cara vai respira”.
Ao voltar do banheiro falei Amor me leva para o hospital porque eu sentia a qualquer momento que poderia ter uma convulsão, e ela me levou ao hospital. Ai pude ficar mais calmo.

Tudo o que eu queria é que ela, meu Anjo Bianca, não visse um ataque convulsivo, pois ela iria se desmontar.
Para finalizar amigos eu sincero e honestamente não como consegui estar aqui e driblar a morte que me espreita há 42 anos, não sei se o motivo de estar escrevendo e vivo, foi pela minha mãe, para que ela não enterrasse mais um filho, ou pela minha esposa, e meu filho ou a brincadeira do Brejinho que me fez sorri.
Só sei que estou aqui, e como o Julho Marcos, Artur Mario e meu padrinho de casamento Fábio Araújo me conhecem, aqui é Bambu que enverga mais não quebra.
Aquela voz que falava no meu ouvindo “Ei Fernando.....”, era simplesmente o Amor, este nobre Sentimento que tenho pela vida e por todos que participam dela. Sei que um dia vou morrer, mas vou dar trabalho para a senhora simpática, chama morte.
E que tiro de tudo isso? BORA VIVER GENTEEEE!!!!

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